Governo Federal é responsável
pela compra e distribuição de livros para a educação básica desde 1985
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As primeiras
publicações do gênero surgiram no Brasil após a chegada da família real
portuguesa. Tendência para o futuro é a digitalização das obras
O livro didático é de grande
importância para o aprendizado dos alunos. Possivelmente, é um dos primeiros
contatos dos jovens com a leitura, além de contribuir para ajudar o professor a
traçar estratégias de ensino. O Dia Nacional do Livro Didático é comemorado em
27 de fevereiro e a professora Circe Bittencourt, doutora em História Social
pela Universidade de São Paulo (USP), conta um pouco da trajetória deste tipo
de publicação no Brasil.
“Com a chegada da família real portuguesa, em
1808, foi fundada a imprensa régia, desde então começaram a circular livros,
inclusive didáticos. As primeiras obras desse gênero são traduções para a
Escola Militar. Com a Independência do Brasil, em 1822, entram em vigorar as
primeiras leis de educação. Com isso a produção de livros didáticos aumenta,
inclusive por editoras particulares, notadamente francesas. O problema é que
não tinha papel, então os livros eram impressos no exterior, para baratear o
processo”, explica a professora.
No final do século XIX, Circe
conta que houve um crescimento das escolas e os livros didáticos passaram por
uma fase de nacionalização. “Temos o início da produção da literatura infantil,
inspirada em lendas brasileiras populares. Começam a ser produzidos também
livros de história e geografia do Brasil. A partir de 1920, com a inauguração
das primeiras indústrias de papel, em São Paulo, inicia-se a fabricação
nacional de livros didáticos. Temos então a criação das primeiras editoras
voltadas para essas obras, como Melhoramentos, Companhia Editora Nacional,
FTD...”.
O governo de Getúlio Vargas
trouxe várias mudanças para o país, inclusive para a educação. Em 1930, foi
criado o Ministério da Educação e Saúde. Em 1938, foi criada a Comissão
Nacional do Livro Didático. Na década de 1940, tanto o ensino secundário quanto
o universitário passaram por reformas. Tudo isso fez aumentar o número de
estudantes e a circulação de livros didáticos.
“O Estado só controlava, na verdade, os livros de Educação Moral e Cívica. Com a criação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), em 1985, o governo assumiu a compra e a distribuição dos livros. O PNLD é uma política necessária. (...)
“O Estado só controlava, na verdade, os livros de Educação Moral e Cívica. Com a criação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), em 1985, o governo assumiu a compra e a distribuição dos livros. O PNLD é uma política necessária. (...)
Mas, em um mundo cada vez mais
dominado pelas novas tecnologias, qual será o futuro do livro didático? O
Ministério da Educação (MEC) planeja digitalizar o material didático, ou seja,
será o fim das mochilas pesadas cheias de livros: é possível que o conteúdo
caiba em um simples tablet. Antonio Luiz Rios, presidente do Instituto
Pró-Livro, explica que o mercado para este tipo de obra é maduro e deve
realmente acompanhar as novas tendências.
“O livro didático é fundamental para orientar professores e alunos no processo de ensino/aprendizagem. O autor tenta idealizar o melhor caminho para facilitar a transmissão de conhecimento para o aluno. O crescimento do mercado está diretamente relacionado ao crescimento populacional das crianças e jovens. Os métodos pedagógicos podem mudar, os livros em papel podem desaparecer, mas o livro didático continuará existindo, ainda que no formato digital”, completa.
“O livro didático é fundamental para orientar professores e alunos no processo de ensino/aprendizagem. O autor tenta idealizar o melhor caminho para facilitar a transmissão de conhecimento para o aluno. O crescimento do mercado está diretamente relacionado ao crescimento populacional das crianças e jovens. Os métodos pedagógicos podem mudar, os livros em papel podem desaparecer, mas o livro didático continuará existindo, ainda que no formato digital”, completa.
FONTE: Rede Globo
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